29 março 2007
  Macaca Velha

macaca bonobo se alongando © foto de Frans Lanting

"Hoje sou macaca velha. Aprendi com meus erros, acertei sem querer, errei por descuido, quis muito algumas coisas, desejei menos muitas outras, consegui pequena parte do que imaginei e me descobri melhor do que jamais sonhei um dia ser: uma espécie de macaca velha..."
quer ler o resto do texto? Vai lá na minha coluna do Mix Brasil.
 
19 março 2007
  A Nova Onda Feminista
coluna GLS publicada na Revista da Folha em 11/03/2007

por Vange Leonel


Sou feminista. No Brasil, poucas mulheres o dizem ser. O feminismo é visto com desdém paternalista ou como chatice. Algumas falam "não sou feminista, sou feminina", como se fossem coisas excludentes. No fundo, temem emascular os homens.

Esse preconceito reflete um profundo desconhecimento. A maioria ainda pensa em feminismo como guerra entre os sexos ou afirmação da superioridade feminina. Não é.

O feminismo passou por muitas fases. No final do século 19, a primeira onda feminista lutou por direitos civis, políticos e trabalhistas negados às mulheres. A segunda ergueu-se na metade do século 20, quando se percebeu que o sexismo (discriminação por sexo) expresso nos costumes, na linguagem, nas relações íntimas, familiares e econômicas continuava prejudicando mulheres mesmo após a conquista de direitos legais.

Generalizações do tipo "mulher é assim, homem é assado" (lembrando que características supostamente femininas quase sempre transpiram submissão) prendem homens e mulheres em papéis sexuais, dificultando o desenvolvimento de seus reais potenciais.

Muitos (e muitas) não percebem o sexismo insidioso, às vezes sutil, e julgam o feminismo obsoleto. Enganam-se. O feminismo ajuda a balancear um desequilíbrio primordial que está na raiz de tantos outros: a assimetria de poder entre os sexos.

Hoje, a terceira onda feminista está aí para quem quiser surfá-la. Deslize sobre a crista ou afunde.

© Folha de S.Paulo

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15 março 2007
  Amor sem receita
... é nome da minha coluna desta semana lá no Mix Brasil.
 
05 março 2007
  Amante Caminhoneira
coluna GLS publicada na Revista da Folha em 25/02/2007

por Vange Leonel


Esperar é ruim. Mas não ter por quem esperar é pior ainda. Pensando assim, ela minimizava a dor da espera pela namorada que não tinha celular e vivia sumindo de tempos em tempos.

É verdade que quando voltava, quando aparecia, a namorada compensava a ausência com dias e noites de sexo, paixão, amizade e histórias para contar. Era justamente por conta desses períodos de idílio entorpecente que ela suportava esperar, aceitando as vantagens e desvantagens de amar uma caminhoneira.

Vez ou outra, sentindo saudades, a namorada ligava de um posto de gasolina à beira da estrada. Para não perder nenhuma ligação, ela ficava atenta ao celular, aumentava o volume, acionava o vibrador, colocava o aparelho no bolso perto do coração e sobre a mesa durante o almoço.

"A gente sempre gosta do que está distante", pensava. E, de tanto pensar, começou a filosofar frases de pára-lamas. "Seja uma distância de centenas de quilômetros, dois metros que separam as mesas de um bar ou cinco milímetros de lábios prestes a se beijar: distância excita."

"Mas se a distância pode ser vencida indo ao encontro do que está longe, a demora frustra porque não sabemos o quanto ela vai durar. Só controlamos nossa própria demora, jamais a demora alheia."

Assim, ela aprendeu a esperar. Além disso, dizia, se orgulhava de namorar uma caminhoneira que não tinha pressa de chegar ao seu destino.

© Folha de S.Paulo

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Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.

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MEMÓRIAS DE UMA MULHER MACACA
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
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